Este texto é ótimo para se trabalhar com várias temáticas, principalmente diversidade cultural. Esta é uma versão adaptada (mais didática), o original é bem mais extenso:
RITOS CORPORAIS ENTRE OS NACIREMA - Horace Miner
In: A.K. Rooney e P.L. de Vore (orgs) - YOU AND THE OTHERS - Readings in Int roductor y Anthropology
Cambridge, Erlich)1976
Onacirema
Nós "civilizados" possuímos a tendência de julgar o diferente como inferior, talvez por não querermos entendê-lo.
Existem, no planeta, vários povos e etnias estranhas. Uma delas é o "onacirema". Como esses são esquisitos!
Realizam rituais religiosos estranhos; diariamente praticam rituais de tortura; lutam constantemente entre si e às vezes tiram a vida de seus adversários.
Veja como essa tribo é estranha. O "onacirema", ao acordar, inicia seu ritual de purificação: esfrega um objeto sobre a boca, chegando na maioria das vezes a sangrar e logo após utiliza um objeto cortante bem afiado (quanto mais afiado melhor) e passa pelo seu rosto por minutos (os menos hábeis têm seu rosto e pescoço todo cortado). Feito esse ritual, acha-se pronto para enfrentar o dia. Nessa tribo, existe uma divisão de tarefas: quanto mais peso se pega no exercício da tarefa, menor será sua recompensa, ou seja, quem trabalha menos, ganha mais.
A "anacirema" (assim é chamada a fêmea) realiza ritual para a conquista do macho. Pratica sacrifícios humanos, não de morte, mas de uma espécie de tortura. Se abstém de certos alimentos consumidos pela tribo, chegando a ficar bem a baixo do peso normal; as suas estruturas ósseas tornam-se visíveis. As que chegam a esse estado ou pelo menos próximo dele, são admiradas; já aquelas que não se torturam acabam sendo rejeitadas pelos homens da tribo.
Nessa tribo, a fêmea pinta sua face com tintas de cores fortes e com um objeto perfurante, atravessa seu corpo em vários locais (nariz, seios, sobrancelhas, orelhas, umbigo, lábios, órgão sexual...) onde pendura objetos, que segundo ela, atraem os machos. Já o "onaciremo" para atrair a fêmea, realiza três vezes na semana um ritual onde esse tortura seu próprio corpo, levantando objetos pesados por várias vezes durante, pelo menos, uma hora, chegando a derramar litros de suor. Quanto maior o sacrifício, melhor.
Em seu ritual religioso demonstram uma estranheza incrível: adoram seu deus com rituais exaustivos, chegam a andar quilômetros de joelhos carregando um peso sobre o corpo, assim acreditando eles, que terão respostas dos céus.
Nas noites de sábado, depois de todos os rituais, chega a hora de espantar de suas mentes algo parecido como um espirito ruim, adquirido nas suas tarefas diárias. Reúnem-se e ao som de uma música bem alta, começam a realizar uma espécie de dança de purificação da mente, onde acreditam que estarão libertos de um tipo de espirito.
Como essa tribo é esquisita! O "onacirema" é ou não diferente? A propósito, o nome dessa tribo foi digitado de trás para frente, mas isso não muda em nada, seja "onacirema" ou americano, são todos esquisitos.
Adaptado por Cristiano Bodart de RITOS CORPORAIS ENTRE OS NACIREMA (Horace Miner).
quarta-feira, 2 de maio de 2012
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Plano de Aula: ESTIMULANDO O OLHAR SOCIOLÓGICO: A DESMECANIZAÇÃO DO OLHAR PARA O ESTRANHAMENTO DA REALIDADE - André Furtado Lima e Érica Martins
Proposta para a série: 1° Colegial
Carga horária prevista: Quatro aulas (200 min) no total.
Parte I: duas aulas (100 min.) e Parte II: duas aulas (100 min.).
OBJETIVO
A desnaturalização da realidade, por dificilmente se despertar de modo espontâneo, pode, através do estímulo do docente, evidenciar as contradições existentes na sociedade como um todo.
Proporcionar aos alunos os primeiros contatos com a Sociologia, seus temas e abordagens, evidenciando que, para realizar este exercício, precisamos estar munidos de ferramentas teóricas que nos auxiliem a compreender a dinâmica social. Neste sentido, o primeiro passo é demonstrar que a vida em sociedade não é algo que se explica de imediato, isto é, as relações sociais possuem uma lógica que não está completamente esclarecida no momento em que as realizamos (na grande maioria das vezes, não pensamos nestes significados).
A desnaturalização da realidade aparece, portanto, como um “antídoto” à “tendência [...] a se explicarem as relações sociais, as instituições, os modos de vida, as ações humanas, coletivas ou individuais, a estrutura social, a organização política, etc. com argumentos naturalizadores.” (OCNS, 2006, p.105-106) A desnaturalização recoloca as relações sociais na ordem dos fenômenos dotados de historicidade, disso depreende-se a necessidade de compreendê-los à luz das mudanças e continuidades, dos interesses e dos laços culturais que determinam porque agimos socialmente desta ou daquela maneira.
Muito embora esta ferramenta teórica seja de uso contínuo (mas não exclusivo) da disciplina de Sociologia, exercitar o uso desta significa estimular o exercício de abstração, que apenas se faz através da análise e desconstrução daquilo que nos é apresentado pelo senso-comum. O objetivo, portanto, é mostrar ao aluno o problema da imediaticidade do senso-comum, destituído de reflexão, ou seja, que a realidade é muito mais complexa do que se mostra à princípio.
METODOLOGIA:
Parte I: Desnaturalizando o olhar
Esta aula é interessante para trabalhar como introdução ao estudo de Sociologia, portanto faz-se necessário uma aula ou explicação sobre o que é a sociologia e sua importância para a compreensão da realidade. Apontar ainda que, assim como a construção do conhecimento, o olhar sociológico também faz parte de um processo que se desenvolverá durante o decorrer do Ensino Médio e, por vezes, por toda a vida do aluno. Os textos “O que é a Sociologia” e “O nascimento da Sociologia” no Cap. I (“A Aventura Sociológica”) de Helena Bomeny e Bianca Freire-Medeiros podem servir de apoio didático.
A charge da Mafalda e o poema “A exceção e a Regra” de Bertolt Brecht podem servir de introdução ao tema. Levantar um debate acerca do que é natural e do que é construído na vida do homem, buscando apontar que o estranhamento da própria realidade é um primeiro passo para o exercício do olhar sociológico.
Após uma explanação teórica sobre o tema, sugerir que os alunos caminhem pelo colégio e façam anotações sobre tudo o que for habitual, comum: desde a estrutura do prédio até o comportamento de alunos e trabalhadores (professores, servidores, equipe gestora). Provocar com questionamentos como: em que bairro a escola se situa? Onde fica a secretaria? Ela tem grades? Onde fica o refeitório, ele é de fácil acesso? Os alunos comem a merenda oferecida? Tem cantina? Todos os alunos compram coisas da cantina durante o intervalo? Tem latas de lixo espalhadas? Tem muitos funcionários? Como é o relacionamento dos funcionários com os alunos? Como é o uniforme da escola? Os alunos gostam? Vocês já se perguntaram para quê serve o uniforme escolar? Tem alguma hierarquia na organização das salas? E os banheiros, ficam próximos das salas de aula? Eles têm espelho?
Na volta à sala, discutir alguns pontos interessantes anotados pelos alunos e comentar à respeito da organização em geral: que tudo é construído a partir da lógica de alguém ou de um grupo, nada é feito ao acaso e que é importante começar a questionar o porque das coisas serem como são.
Para a próxima aula, solicitar que os alunos tragam recortes de notícias de jornal e/ou revistas de acontecimentos que se tornaram banais, triviais nos meios de comunicação e que não deveriam ser naturalizados.
Parte II: O imediatismo do olhar e o senso comum
Para dar início à esta nova etapa, pode ser utilizada a tirinha do Calvin, como forma de sensibilizar os estudantes e retomar a discussão da aula anterior.
Em seguida, pode-se utilizar jornais e outros materiais advindos dos meios de comunicação como exemplo da urgência da exposição de fatos e eventos e de como tal excesso de informação atrapalha uma reflexão aprofundada sobre os acontecimentos do cotidiano (desinformação), infundindo, dessa forma, o senso comum. (Exemplo: “Allison Stokke conquistou uma fama inesperada e indesejada graças a uma única foto” .
Pode-se também utilizar como exemplo, dados estatísticos governamentais para evidenciar a contradição entre a realidade e entre o que nos é apresentado.
RECURSOS UTILIZADOS:
Tv Pen-Drive, Imagens representativas para serem distribuídas (quadrinhos, pintura de M. C. Escher e a reportagem), giz, lousa.
AVALIAÇÃO
Para avaliar a aprendizagem desta unidade, sugere-se a seguinte atividade, inspirada no Caderno de Sociologia, 1° série, vol. 1, do Estado de São Paulo:
Treino do olhar sociológico: A partir da metodologia utilizada para investigar a estrutura da escola (durante a parte I), peça aos alunos que escolham um lugar, fora da escola, para ser analisado. Os alunos devem escolher lugares que não costumam freqüentar, ou seja, locais que não fazem parte de seu cotidiano. Esta orientação tem o sentido de evitar que a análise seja realizada a partir de conhecimentos prévios. Por exemplo: se um aluno é católico e resolve analisar a própria igreja que freqüenta, ele poderá ser levado a registrar eventos que não está efetivamente observando, mas que presenciou em alguma visita anterior. Portanto, reforce a idéia de que esta atividade é um treino do olhar e, desta maneira, ele só pode registrar aquilo que de fato está vendo.
Estabeleça algumas regras junto aos alunos: a atividade não deve ser realizada em locais onde a entrada de menores é proibida, ou mesmo em locais que ofereçam algum tipo de risco para os alunos. Peça aos mesmos que permaneçam no local tempo suficiente para investigar como os seus freqüentadores se comportam; como eles falam, se vestem, o que fazem, etc. Estimule visitas a locais que os alunos, dentro de seu cotidiano, dificilmente freqüentariam, afinal, quanto mais diferente, mais divertida a atividade pode ser! Por último, deixe bem claro que a descrição do local é secundária, o que realmente importa é a descrição das pessoas que estão no local, utilize este momento para reforçar que a Sociologia possui como objeto de estudo o homem e suas relações sociais.
RESULTADOS
A presente atividade pretende introduzir os alunos no universo da Sociologia, no entanto, cabe ressaltar que este é apenas um “primeiro esforço” e, neste sentido, muitas outras atividades deverão ser realizadas para estimular a imaginação sociológica dos estudantes. Como resultado da atividade de avaliação, conforme nossas experiências, espera-se que os alunos encontrem algumas dificuldades para realizar uma descrição imparcial. Utilize o espaço da sala de aula para debater os resultados da pesquisa e coloque em discussão eventuais problemas que possam ser encontrados, como análises preconceituosas ou excessivamente superficiais. Esta atividade também pode ser constantemente revisitada, sugerindo que os alunos observem como se dão as relações sociais em espaços triviais, como uma fila de banco ou o interior de um ônibus urbano.
REFERÊNCIAS
BOMENY, Helena; FREIRE-MEDEIROS, Bianca (org.). Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. SP: Editora do Brasil, 2010.
FINI, Maria Inês (coord.). Caderno do Professor: Sociologia, ensino médio – 1° série / volume 1. São Paulo, SEE, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação.Secretaria de Educação Básica. OCNS. Orientações Curriculares Nacionais: Sociologia. MORAES, Amaury C.; GUIMARÃES, Elisabeth da Fonseca; TOMAZI, Nelson D., 2006.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.
Anexos:
“Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra”.
(Bertolt Brecht - A exceção e a Regra)
Gravura de M. C. Escher
Musas do esporte: Allison Stokke conquistou uma fama inesperada e indesejada graças a uma única foto
Allison Stokke era uma atleta de salto com vara como outra qualquer até meados de 2007, quando a foto acima mudou sua vida, transformando a norte-americana em uma musa do atletismo dos EUA. Curiosamente, a bela morena nem sequer sabia da existência da imagem até que um amigo avisou que a foto em questão se espalhava pelos computadores norte-americanos.
A imagem da bela morena ajeitando seu cabelo enquanto se prepara para mais um salto é a razão de uma fama inesperada e, principalmente, indesejada para a garota da Califórnia. “Eu trabalhei tanto para o salto com vara e com tudo isso acontecendo é como se meu esforço não valesse nada. Ninguém nota isso”, lamentou a gata em entrevista ao prestigiado jornal Washington Post, no auge da sua “fama”.
Carga horária prevista: Quatro aulas (200 min) no total.
Parte I: duas aulas (100 min.) e Parte II: duas aulas (100 min.).
OBJETIVO
A desnaturalização da realidade, por dificilmente se despertar de modo espontâneo, pode, através do estímulo do docente, evidenciar as contradições existentes na sociedade como um todo.
Proporcionar aos alunos os primeiros contatos com a Sociologia, seus temas e abordagens, evidenciando que, para realizar este exercício, precisamos estar munidos de ferramentas teóricas que nos auxiliem a compreender a dinâmica social. Neste sentido, o primeiro passo é demonstrar que a vida em sociedade não é algo que se explica de imediato, isto é, as relações sociais possuem uma lógica que não está completamente esclarecida no momento em que as realizamos (na grande maioria das vezes, não pensamos nestes significados).
A desnaturalização da realidade aparece, portanto, como um “antídoto” à “tendência [...] a se explicarem as relações sociais, as instituições, os modos de vida, as ações humanas, coletivas ou individuais, a estrutura social, a organização política, etc. com argumentos naturalizadores.” (OCNS, 2006, p.105-106) A desnaturalização recoloca as relações sociais na ordem dos fenômenos dotados de historicidade, disso depreende-se a necessidade de compreendê-los à luz das mudanças e continuidades, dos interesses e dos laços culturais que determinam porque agimos socialmente desta ou daquela maneira.
Muito embora esta ferramenta teórica seja de uso contínuo (mas não exclusivo) da disciplina de Sociologia, exercitar o uso desta significa estimular o exercício de abstração, que apenas se faz através da análise e desconstrução daquilo que nos é apresentado pelo senso-comum. O objetivo, portanto, é mostrar ao aluno o problema da imediaticidade do senso-comum, destituído de reflexão, ou seja, que a realidade é muito mais complexa do que se mostra à princípio.
METODOLOGIA:
Parte I: Desnaturalizando o olhar
Esta aula é interessante para trabalhar como introdução ao estudo de Sociologia, portanto faz-se necessário uma aula ou explicação sobre o que é a sociologia e sua importância para a compreensão da realidade. Apontar ainda que, assim como a construção do conhecimento, o olhar sociológico também faz parte de um processo que se desenvolverá durante o decorrer do Ensino Médio e, por vezes, por toda a vida do aluno. Os textos “O que é a Sociologia” e “O nascimento da Sociologia” no Cap. I (“A Aventura Sociológica”) de Helena Bomeny e Bianca Freire-Medeiros podem servir de apoio didático.
A charge da Mafalda e o poema “A exceção e a Regra” de Bertolt Brecht podem servir de introdução ao tema. Levantar um debate acerca do que é natural e do que é construído na vida do homem, buscando apontar que o estranhamento da própria realidade é um primeiro passo para o exercício do olhar sociológico.
Após uma explanação teórica sobre o tema, sugerir que os alunos caminhem pelo colégio e façam anotações sobre tudo o que for habitual, comum: desde a estrutura do prédio até o comportamento de alunos e trabalhadores (professores, servidores, equipe gestora). Provocar com questionamentos como: em que bairro a escola se situa? Onde fica a secretaria? Ela tem grades? Onde fica o refeitório, ele é de fácil acesso? Os alunos comem a merenda oferecida? Tem cantina? Todos os alunos compram coisas da cantina durante o intervalo? Tem latas de lixo espalhadas? Tem muitos funcionários? Como é o relacionamento dos funcionários com os alunos? Como é o uniforme da escola? Os alunos gostam? Vocês já se perguntaram para quê serve o uniforme escolar? Tem alguma hierarquia na organização das salas? E os banheiros, ficam próximos das salas de aula? Eles têm espelho?
Na volta à sala, discutir alguns pontos interessantes anotados pelos alunos e comentar à respeito da organização em geral: que tudo é construído a partir da lógica de alguém ou de um grupo, nada é feito ao acaso e que é importante começar a questionar o porque das coisas serem como são.
Para a próxima aula, solicitar que os alunos tragam recortes de notícias de jornal e/ou revistas de acontecimentos que se tornaram banais, triviais nos meios de comunicação e que não deveriam ser naturalizados.
Parte II: O imediatismo do olhar e o senso comum
Para dar início à esta nova etapa, pode ser utilizada a tirinha do Calvin, como forma de sensibilizar os estudantes e retomar a discussão da aula anterior.
Em seguida, pode-se utilizar jornais e outros materiais advindos dos meios de comunicação como exemplo da urgência da exposição de fatos e eventos e de como tal excesso de informação atrapalha uma reflexão aprofundada sobre os acontecimentos do cotidiano (desinformação), infundindo, dessa forma, o senso comum. (Exemplo: “Allison Stokke conquistou uma fama inesperada e indesejada graças a uma única foto” .
Pode-se também utilizar como exemplo, dados estatísticos governamentais para evidenciar a contradição entre a realidade e entre o que nos é apresentado.
RECURSOS UTILIZADOS:
Tv Pen-Drive, Imagens representativas para serem distribuídas (quadrinhos, pintura de M. C. Escher e a reportagem), giz, lousa.
AVALIAÇÃO
Para avaliar a aprendizagem desta unidade, sugere-se a seguinte atividade, inspirada no Caderno de Sociologia, 1° série, vol. 1, do Estado de São Paulo:
Treino do olhar sociológico: A partir da metodologia utilizada para investigar a estrutura da escola (durante a parte I), peça aos alunos que escolham um lugar, fora da escola, para ser analisado. Os alunos devem escolher lugares que não costumam freqüentar, ou seja, locais que não fazem parte de seu cotidiano. Esta orientação tem o sentido de evitar que a análise seja realizada a partir de conhecimentos prévios. Por exemplo: se um aluno é católico e resolve analisar a própria igreja que freqüenta, ele poderá ser levado a registrar eventos que não está efetivamente observando, mas que presenciou em alguma visita anterior. Portanto, reforce a idéia de que esta atividade é um treino do olhar e, desta maneira, ele só pode registrar aquilo que de fato está vendo.
Estabeleça algumas regras junto aos alunos: a atividade não deve ser realizada em locais onde a entrada de menores é proibida, ou mesmo em locais que ofereçam algum tipo de risco para os alunos. Peça aos mesmos que permaneçam no local tempo suficiente para investigar como os seus freqüentadores se comportam; como eles falam, se vestem, o que fazem, etc. Estimule visitas a locais que os alunos, dentro de seu cotidiano, dificilmente freqüentariam, afinal, quanto mais diferente, mais divertida a atividade pode ser! Por último, deixe bem claro que a descrição do local é secundária, o que realmente importa é a descrição das pessoas que estão no local, utilize este momento para reforçar que a Sociologia possui como objeto de estudo o homem e suas relações sociais.
RESULTADOS
A presente atividade pretende introduzir os alunos no universo da Sociologia, no entanto, cabe ressaltar que este é apenas um “primeiro esforço” e, neste sentido, muitas outras atividades deverão ser realizadas para estimular a imaginação sociológica dos estudantes. Como resultado da atividade de avaliação, conforme nossas experiências, espera-se que os alunos encontrem algumas dificuldades para realizar uma descrição imparcial. Utilize o espaço da sala de aula para debater os resultados da pesquisa e coloque em discussão eventuais problemas que possam ser encontrados, como análises preconceituosas ou excessivamente superficiais. Esta atividade também pode ser constantemente revisitada, sugerindo que os alunos observem como se dão as relações sociais em espaços triviais, como uma fila de banco ou o interior de um ônibus urbano.
REFERÊNCIAS
BOMENY, Helena; FREIRE-MEDEIROS, Bianca (org.). Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. SP: Editora do Brasil, 2010.
FINI, Maria Inês (coord.). Caderno do Professor: Sociologia, ensino médio – 1° série / volume 1. São Paulo, SEE, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação.Secretaria de Educação Básica. OCNS. Orientações Curriculares Nacionais: Sociologia. MORAES, Amaury C.; GUIMARÃES, Elisabeth da Fonseca; TOMAZI, Nelson D., 2006.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.
Anexos:
“Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra”.
(Bertolt Brecht - A exceção e a Regra)
Gravura de M. C. Escher
Musas do esporte: Allison Stokke conquistou uma fama inesperada e indesejada graças a uma única foto
Allison Stokke era uma atleta de salto com vara como outra qualquer até meados de 2007, quando a foto acima mudou sua vida, transformando a norte-americana em uma musa do atletismo dos EUA. Curiosamente, a bela morena nem sequer sabia da existência da imagem até que um amigo avisou que a foto em questão se espalhava pelos computadores norte-americanos.
A imagem da bela morena ajeitando seu cabelo enquanto se prepara para mais um salto é a razão de uma fama inesperada e, principalmente, indesejada para a garota da Califórnia. “Eu trabalhei tanto para o salto com vara e com tudo isso acontecendo é como se meu esforço não valesse nada. Ninguém nota isso”, lamentou a gata em entrevista ao prestigiado jornal Washington Post, no auge da sua “fama”.
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